A presidente da Aciu (Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Umuarama), Elza Alves Botelho, é categórica ao afirmar que não foi convidada para participar das negociações para a abertura do comércio no mês de dezembro, feitas entre os sindicatos dos Lojistas e dos Funcionários do Comércio. Ela ressalta que representa a voz de mais de 700 associados, que ficaram sem se manifestar sobre um tema que reflete diretamente sobe suas vidas e de seus funcionários. Ela disse que gostaria de ter participado exclusivamente das negociações sobre os horários especiais, sem interferir no poder absoluto das forças sindicais.
O tesoureiro do Sindlojistas, Carlos Strassi, afirmou que as negociações entre patrões e empregados devem ser feitas exclusivamente entre os sindicatos que representam essas classes. "Queremos deixar claro que tal ato [negociação] não pode ter interferências nem mesmo do Estado, desde que atenda aos
interesses das partes e que não ofenda os preceitos constitucionais. Se soubéssemos da intenção dela participar, teríamos, sim, convidado", argumenta.
Em nome do Sindlojistas, o empresário Carlos Strassi afirmou que também acredita na importância da Aciu, mas como promotora de ações para o desenvolvimento do comércio e para a realização de pesquisas junto aos comerciantes. "Mas a adoção de qualquer mudança no horário de abertura em dezembro depende de acordo coletivo, feito entre o sindicato da categoria profissional e a entidade representativa dos empregados", esclareceu.
Já a presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Umuarama, Miromar Ponciano de Andrade, declarou que lamenta que a presidente da Aciu não tenha participado : como convidada : das negociações que estabelecem a abertura do comércio em horário especial.
"Eu sugeri para a Elza [Botelho] falar diretamente com o Ney", afirmou, referindo-se ao presidente do Sindlojistas, Claudinei Herrero. A sindicalista destacou também que acha importante a união das forças produtivas em decisões que interfiram diretamente na vida das pessoas. "Acredito que a união desse conjunto de pessoas pensantes sempre será produtivo e trará grandes resultados.
Temos sempre que unir, somar e agregar forças para o bem comum", disse. Miromar contou também que utilizou uma pesquisa feita pela Aciu com seus associados. A pesquisa foi realmente feita pela Aciu no mês de março deste ano e apontou resultados que não foram considerados nas definições da Convenção Coletiva entre os sindicatos. "Ao serem perguntados, por exemplo, se queriam que o comércio abrisse aos domingos durante o mês de dezembro, 62,7% dos empresários respondeu que não gostaria de abrir. E isso não foi levado em conta", exemplifica Elza Botelho.
Ela salientou que não quer discutir a soberania das decisões coletivas dos sindicatos, mas que apenas gostaria de ter levado a opinião dos associados da Aciu para um momento tío importante como essas negociações. "Não estou criticando ou indo contra os horários definidos, mas apenas lamentando não ter podido participar das negociações", finalizou, sugerindo que os horários sejam revistos, agora com a participação efetiva da Aciu.
Reportagem: Antonio Castanha
Publicado no Jornal A Tribuna do Povo de 02 de outubro de 2009.
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Abertura do comércio em dezembro gera polêmica
