Desde o inÃcio do ano, 24 pessoas morreram e outras 300 ficaram feridas em acidentes na rodovia; desenvolvimento também está prejudicado
A PR-323 é a principal rodovia de ligação entre a região de Umuarama e os principais centros do Estado. Nos últimos anos passou a ser utilizada com preocupação. O sinal amarelo foi aceso e começa a despertar uma campanha liderada pela Aciu (Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Umuarama). O volume de tráfego medido em 2008 varia de 15 mil a 20 mil veÃculos por dia próximo a Maringá, 9 mil veÃculos/dia até Umuarama e aproximadamente 3 mil veÃculos no trecho final até a via passar a ser BR-272, de Iporí a GuaÃra.
Estima-se que esses números cresceram muito desde que o estudo foi apresentado. A rodovia tornou-se rota muito acessada por motoristas que fogem das seis praças de pedágio nas BRs 277 e 369, entre Foz do Iguaçu e Maringá, e também por causa do maior fluxo de consumidores em Salto del Guayra, no Paraguai. Junto com o maior movimento vieram também os acidentes em escala elevada, alguns convertidos em grandes tragédias, como a do último dia 23, próximo a Cruzeiro do Oeste. Cinco pessoas da mesma famÃlia morreram, entre elas dois bebês.
"Ligamos o sinal de alerta máximo e não podemos mais ficar parados. Chegou a hora de agir", disse o empresário José Celso Zolim, presidente da Aciu. A entidade está iniciando uma campanha pela duplicação da PR-323, até Maringá. "As próprias autoridades de trânsito defendem que esta é a única solução para pararmos de ver sangue sendo derramado na pista como vem ocorrendo", argumentou.
O presidente da Aciu também fala em desenvolvimento regional. "O acesso facilitado está entre os principais indicadores de investimentos em uma cidade ou região". A PR-323 tem cerca de 210 quilômetros, de Maringá até Iporí, passando diretamente por Cianorte, Tapejara, Cruzeiro do Oeste, Umuarama, Perobal e Cafezal do Sul. De Iporí até GuaÃra passa a ser rodovia federal e recebe o nome de BR-272, num raio de 60 quilômetros.
União de forças
Uma reunião entre a diretoria da Aciu e presidentes de associações comerciais de todas as cidades servidas pela 323 está marcada para o próximo dia 17, em Umuarama. A ideia é unir forças para reivindicar a duplicação ás autoridades responsáveis. "A decisão é polÃtica, mas nós, como segmento econômico e que interfere no desenvolvimento da região e do Estado, podemos ter uma participação efetiva e decisiva nesta conquista", destacou Zolim. "Precisamos arregaçar as mangas e nos movimentar para ter um comprometimento formal do próximo governador, seja ele quem for", acrescentou.
A reivindicação também estará na pauta a ser entregue a todos os candidatos a deputado estadual e federal da região. "Sabemos que a preocupação já existe, inclusive entre os prefeitos. Mas poucas vozes não fazem o eco necessário. Se todos falarmos a mesma lÃngua, teremos êxito". Neste sentido, Zolim também defende uma maior representatividade da região no cenário polÃtico. Outra campanha da Aciu prevista para ser lançada em breve será pelo chamado "˜voto útil"™, alertando os eleitores para a importância de eleger candidatos comprometidos com Umuarama e cidades vizinhas.
Número de acidentes já é 34% maior que em 2009
Uma média de dois acidentes por dia tem sido registrada na PR-323 neste ano, até o final da semana passada. O levantamento é da PolÃcia Rodoviária e apresenta um crescimento de 34% em relação a igual período de 2009. O número de pessoas feridas (300) também cresceu: 22,6% no mesmo intervalo. A quantidade de óbitos ainda está abaixo da verificada no ano passado. Mesmo assim, desde janeiro já foram contadas 24 mortes. Chama a atenção também o número de mortes na mesma ocorrência.
A principal causa das tragédias e também dos registros de pequena monta são o excesso de velocidade e a imprudência dos motoristas, com ultrapassagens em locais proibidos. Também há a falta de atenção em áreas de trevos de acesso a cidades e municÃpios. O risco aumenta ainda mais com a falta de paciência de motoristas diante de veÃculos de carga pesada, que vêm para a 323, na grande maioria, para fugir do pedágio nas praças mapeadas. O desvio de rota, mesmo aumentando a quilometragem, resulta em economia considerável, segundo caminhoneiros.