O presidente da Aciu (Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Umuarama) se reuniu nesta segunda-feira pela manhã com os diretores da Associação de Vendedores do Camelódromo. O objetivo foi a abertura de diálogo para que os camelôs respeitem os horários de funcionamento do comércio, das 8 ás 18 horas de segunda a sexta, e até as 13h aos sábados, com fechamento total aos domingos.
A reivindicação de Zolim vem de encontro a protestos de empresários associados, que reclamam da concorrência desleal. A maioria dos camelôs trabalha na informalidade e não recolhe todos os impostos previstos em lei. Boa parte das mercadorias comercializadas vem do Paraguai. Mas há também quem já esteja trabalhando na legalidade, o que é considerado positivo pela Aciu.
Acompanhado do assessor jurídico Arlindo Vieira, Celso Zolim deixou claro que se não houver um consenso com os vendedores, a Aciu vai procurar os órgãos responsáveis para o cumprimento da lei. "É fato que o comércio e a prestação de serviços são os maiores geradores de renda do municÃpio de Umuarama. Representa 60% do PIB do municÃpio. Este setor precisa ser considerado e respeitado", disse.
De acordo com o presidente da Aciu, a Prefeitura também tem interesse em resolver a situação. Tanto que está concluindo projeto para mudar o camelódromo de lugar, oferecendo melhores condições de trabalho aos vendedores. "Não somos contra os camelôs. Pelo contrário. Queremos que eles se regularizem e venham para o nosso quadro de associados, usufruindo dos nossos produtos e serviços", destacou Zolim.
Nova reunião
Uma nova reunião, desta vez com todos os camelôs, foi marcada para a próxima sexta-feira, ás 18 horas, no camelódromo, ao lado do Terminal Rodoviário. O novo encontro foi solicitado pela presidente da Associação dos Vendedores, Geni Fernandes Guerra, que disse não ter poder para falar em nome dos vendedores. "Muitas pessoas trabalham fora de horário, aos sábados e domingos, por necessidade. É preciso ouvir todo mundo. Mas também não queremos correr riscos ficando contra a lei. Não é uma situação fácil", argumentou.
Criado em 1996 pelo entío prefeito Antonio Romero Filho, para tirar os vendedores informais das calçadas no centro da cidade, o camelódromo conta atualmente com 84 vendedores e alguns não são proprietários dos boxes. Pagam aluguel. Os próprios representantes reconhecem que muitos não têm empresa constituÃda, o que é outra fonte de preocupação.
Na reunião desta segunda, a assessoria da Aciu apresentou as vantagens de os informais se legalizarem como micro empreendedores individuais (MEI), uma categoria menor que a micro empresa, que inclui quem movimenta até R$ 3 mil mensais. Os impostos são mÃnimos e entre as vantagens estío os benefÃcios do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social).
"Estamos esperançosos de que poderemos avançar muito nas negociações com os camelôs. Percebo que eles precisam de orientação sobre como agir. O que não pode é essa situação continuar como está. Temos que defender o que é certo", observou Celso Zolim.