O número de inadimplentes na região de Umuarama aumentou 2,3% em um ano e chegou a 31.269, conforme relatório divulgado pela Aciu (Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Umuarama), responsável por administrar os bancos de dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e do Serasa. O total da dívida acumulada está em R$ 14,1 milhões, 4% a mais que no ano anterior e inclui as cidades e os distritos de Umuarama, Cafezal do Sul, Mariluz, Perobal e Xambrê.
O aumento registrado no período entre maio de 2017 e maio de 2018 ficou dentro da média brasileira – 2,78% – e em números absolutos estima-se que aproximadamente 63,3 milhões de brasileiros estejam com o CPF restrito para fazer compras a prazo ou contratar crédito. Na avaliação do presidente da Aciu, Orlando Luiz Santos, apesar de a economia brasileira já estar dando sinais de melhora, a inadimplência do consumidor continua elevada, pois a recuperação do crédito é um tanto lenta. “Por mais que o país tenha caminhado para superar a recessão, o mercado de trabalho continua desaquecido, os juros cobrados do consumidor ainda não caíram no mesmo ritmo da Selic e a perda de renda real dos últimos anos ainda não foi recuperada”, analisa.
O relatório também revela que a maior parte dos inadimplentes está concentrada entre os consumidores com idade de 30 a 39 anos: 24,7%. Na sequência estão os consumidores de 40 a 49 anos, que somam 24,5%, e os com 50 a 64 anos, marcando 24,3%. Os de idade mais avançada, compreendidos na faixa dos 65 a 84 anos de idade, somam 13% das pessoas com contas em atraso. A população mais jovem, que vai de 18 aos 24 anos, forma um contingente de 9,3% de negativados e finalmente os com idade entre 25 e 29 anos representam 7,8% dos devedores.
O presidente da Aciu observa que a faixa etária dos 30 anos é uma fase da vida em que as pessoas recebem muitas atribuições financeiras, que se não bem administradas podem levar à inadimplência. “É um momento em que muitos casam, têm filhos e conquistam um emprego melhor. Já a inadimplência elevada entre os mais velhos é explicada, em parte, pela permanência maior dessas pessoas no mercado de trabalho. Trata-se, também, de um momento em que as pessoas têm gastos mais elevados com saúde, por exemplo”, explica, acrescentando que a maioria dos consumidores inadimplentes é composta por mulheres – 56,4% –, contra 43,6% de homens.
Nome emprestado
Um levantamento feito em todas as capitais brasileira pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) descobriu que o empréstimo de nome a terceiros é uma das causas que leva os brasileiros à inadimplência. Em cada dez pessoas que estão ou estiveram com o nome inscrito em cadastros de devedores nos últimos 12 meses, duas (17%) chegaram a essa situação porque emprestaram seus documentos ou cartões para que outra pessoa fizesse compras a prazo.
A maioria das pessoas ouvidas alega que emprestou o nome com o intuito de ajudar (51%) o amigo ou familiar, enquanto 13% ficaram com vergonha de dizer não diante do pedido. Outros 11% disseram ter ficado receosos de magoar quem pediu o nome emprestado, caso tivessem de negar o auxílio. “Emprestar o nome para amigos ou conhecidos é uma atitude solidária, mas que pode causar danos à saúde financeira de quem arca com a dívida. Quem emprestou o nome termina se responsabilizando por uma dívida que não lhe pertence, cuja falta de pagamento possui desdobramentos sérios como a restrição ao crédito, inadimplência e até mesmo a perda da amizade de quem pediu ajuda”, alerta Santos.
INADIMPLENTES – por idade |
|
FAIXA ETÁRIA |
% |
18 a 24 |
9,32 |
25 a 29 |
7,74 |
30 a 39 |
24,66 |
40 a 49 |
24,49 |
50 a 64 |
24,40 |
+ de 65 |
12,97 |
Fonte: SPC/Brasil – ACIU
Legenda – foto: Aciu Orlando
Orlando Luiz Santos, presidente da Aciu: “Orientamos os consumidores que sempre procurem a Aciu para fazer consultas do CPF”