Enquanto a população dorme tranquila, os soldados do Corpo de Bombeiros vigiam para que a cidade fique em paz. Eles não dormem e não abandonam suas famílias única e exclusivamente para dedicarem suas vidas a cuidar das vidas de cada um dos cidadãos. Este foi o foco do discurso do major Carlos Alberto de Oliveira na manhã desta quarta-feira (2), durante o evento em homenagem ao Dia do Bombeiro.
O comandante do 6º Subgrupamento de Bombeiros de Umuarama mostrou-se bastante emocionado durante a cerimônia realizada na sede do Corpo de Bombeiros, que contou com a presença de autoridades e dos soldados que, em afirmação do major, nunca dizem não para um chamado do cidadão. “Não importa em que condições eles [os soldados] estão. Tenham certeza de que nunca, em hipótese alguma, um bombeiro vai negar apoio e socorro a um cidadão que necessite”, garantiu.
A equipe do cerimonial fez um breve balanço da corporação em Umuarama, relatando que foi o prefeito Henio Romagnolli, no ano de 1973, quem determinou a criação do grupo, depois de instituir a Taxa de Combate ao Incêndio. Romagnolli também foi o responsável por lutar pelo reequipamento do Corpo de Bombeiros, que apenas em 1976, na administração do prefeito Durval Seifert e sob o comando do sargento Jessé, instalaram definitivamente a corporação na cidade, na rua Governador Ney Braga.
Em 1988 a sede muda-se para a avenida Castelo Branco, onde está até hoje, e conta com o efetivo de 63 homens, 23 veículos, 4 barcos e 2 lanchas para realizar o atendimento a 21 municípios que pertencem ao 6º Subgrupamento, desmembrado de Maringá no ano de 2010. “Estamos em fase final de reestruturação de nossa sede, que tem mais de 1,2 mil metros quadrados”, relatou.
Crítica
Aproveitando a presença de representantes de vários setores da sociedade civil (o presidente da Aciu, Celso Zolim, é presidente do Funrebom e foi representado pelo diretor Orlando Luiz Santos), ele fez um desabafo. “Nós garantimos o cuidado total com a vida das pessoas. Lamentamos apenas que muitas leis, criadas para fortalecer o Corpo de Bombeiros, estejam sendo pisadas por pessoas que deveriam defender a sociedade. Mas nós vamos resistir e continuar lutando bravamente, mesmo tendo de passar por situações tão desagradáveis como esta”, finalizou.
SAIBA MAIS
No Brasil, a história do Corpo de Bombeiros começa em 1856, no dia 2 de Julho. O Decreto, assinado pelo Imperador Dom Pedro II, instituiu o Corpo Provisório de Bombeiros da Corte, no Rio de Janeiro. Foram reunidas as seções de Bombeiros que existiam para o serviço de extinção de incêndios na Casa do Trem (Arsenal de Guerra).
O primeiro serviço contra incêndios era responsável por orientar medidas de socorro, cabendo a equipe técnica a supervisão dos trabalhos de salvamento e extinção do fogo. Apesar dos equipamentos utilizados serem rudimentares, a cidade já não se mobilizava desordenadamente. Aos poucos, ia-se organizando o núcleo oficial do Corpo de Bombeiros.
Os arsenais deixaram de ser os únicos responsáveis pelos incêndios, embora contassem com melhores equipamentos e pessoal mais especializado, possuíam a colaboração da Repartição de Obras Públicas e de funcionários da Casa de Correção.
Naquela época, o sinal de fogo era dado por tiros de peças do Morro do Castelo, onde uma bandeira vermelha era içada. Em seguida, o toque era convencionado do sino da Igreja de São Francisco de Paula, indicando o lugar do sinistro.
Em 1880, a Corporação passou a ter organização militar e, foram concedidos postos e insígnias aos seus componentes. Com o passar dos anos, equipamentos mais sofisticados foram fornecidos e viaturas mecânicas passaram a ser utilizadas.
Atualmente, é no dia 2 de Julho que se comemora o Dia do Bombeiro, que hoje não só apaga incêndios, mas se responsabiliza pelos atendimentos pré-hospitalares em caso de trauma, salvamentos em altura e em meio líquido, além das atividades de busca e defesa civil.