Associação Comercial encabeçou a campanha contra proposta que quer tirar poder do Ministério Público
A Aciu (Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Umuarama), em parceria com a Mitra Diocesana e o Ministério Público do Paraná, realizou na sexta-feira (19) uma manifestação contra a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) nº 37, que o Plenário da Câmara Federal deve votar dentro de alguns dias. O projeto, que vem sendo chamado de PEC da Impunidade, pretende tirar o poder de investigação criminal dos Ministérios Públicos Estaduais e Federal, modificando a Constituição Brasileira. Na prática, se aprovada, a emenda praticamente inviabilizará investigações contra o crime organizado, desvio de verbas, corrupção, abusos cometidos por agentes do Estado e violações de direitos humanos.
O presidente da Aciu, José Celso Zolim, comemorou o envolvimento das pessoas contra a proposta, que ele classifica como “indecorosa”. “Nós resolvemos contribuir com o movimento “Brasil Contra a Impunidade”, disponibilizando materiais de divulgação da manifestação, realizada na Praça Miguel Rossafa. Os grandes escândalos sempre foram investigados e denunciados pelo Ministério Público, que atua em defesa da cidadania de forma independente. A PEC 37 atenta contra o regime democrático, a cidadania e o Estado de Direito e pode impedir também que outros órgãos realizem investigações, como a Receita Federal, a COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), o TCU (Tribunal de Contas da União), as CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito), entre outros”, detalhou Zolim.
O evento contou com a participação de representantes de diversas entidades, como a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Rotarys, Lojas Maçônicas, Lions, classe política, sindicatos e associações. Celso Zolim alertou para a necessidade de união para que a PEC 37 seja rejeitada. “Dos nossos 30 deputados federais paranaenses, 26 já se manifestaram sobre a PEC 37. O mais alarmante é que apenas 2 se posicionam rigorosamente contra, como o Dr. Osmar. Por isso precisamos cobrar, com rigor, que essa proposta não seja aceita. Não podemos retroceder no tempo, não podemos nos comparar com países como a Uganda e o Zaire, temos de pôr um fim em tentativas claras da perpetuação da impunidade como essa PEC 37 quer”, finalizou.