O valor das dívidas dos umuaramenses registrado junto ao banco de dados do SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito) é de R$ 13.640.256,60, segundo relatório emitido pelo órgão mantido pela Aciu (Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Umuarama). São 26.353 inadimplentes cadastrados, sendo que desses, 22.091 clientes têm apenas um registro, 4.105 têm entre dois e cinco registros, e 157 clientes apresentam mais de cinco registros, conforme informa Esther Costa Torres, responsável pelo setor.
Porém a coordenadora alerta para um grande problema já enfrentado por centenas de consumidores, que tiveram complicações por terem digitado o número do CPF em sites onde supostamente seriam para consultas de dívidas. “É uma atitude altamente arriscada, pois o que mais existe hoje em dia são pessoas em busca de obter vantagens sobre aqueles que têm pouca experiência sobre o mundo virtual. Esses hackers são especialistas em produzir ambientes aparentemente confiáveis na internet com a simples intenção de copiar dados para utilizá-los de forma criminosa”, relata.
Com uma legislação específica que busca garantir total segurança aos consumidores e empresários, o sistema de registro de inadimplentes no Brasil exige que órgãos como o SCPC só possam ser acessados exclusivamente pelas partes envolvidas, ou seja, só os credores podem negativar um cliente, assim como só o cliente pode consultar se há restrições em seu nome. “Apenas o cliente, pessoalmente e portando documentos de identificação, pode consultar o banco de dados do SCPC. A não ser que ele faça uma procuração – em cartório – dando poderes para que outra pessoa faça essa consulta por ele. Caso contrário, não fazemos, em hipótese nenhuma, qualquer consulta”, garante Esther.
Na internet é bastante comum a existência de sites que disponibilizam a possibilidade de consultas de dívidas e, pior, oferecendo ainda a possibilidade de negociações de débitos, tudo feito em ambiente virtual. “Por mais que sua internet possua antivírus atualizados e até firewalls modernos o risco é muito grande, pois há milhões de profissionais especialistas em crimes virtuais. Por isso a recomendação da Aciu é sempre para que as consultas sejam feitas pessoalmente na sede da entidade”, observa.
Negociações
Com relação a possíveis negociações de dívidas, Esther é incisiva: elas devem ser feitas diretamente na empresa onde a dívida foi contraída ou, em casos específicos, em escritórios de advocacia ou de cobrança que representem esta empresa credora. “Uma negociação amigável, feita diretamente entre as partes envolvidas, seguramente é a melhor alternativa para que o cliente inadimplente tenha seu nome limpo novamente. Em tempos de fragilidades desse mundo virtual, todo cuidado é pouco”, alerta, complementando que se um consumidor tiver qualquer dúvida, basta procurar a Aciu de segunda a sexta, das 8h às 18 – inclusive em horário de almoço – e aos sábados das 8h às 12h.