O Personagem desta edição é o empresário Orlando Luiz dos Santos, um paranaense do Norte Velho do Estado e que já está radicado em Umuarama há mais de 20 anos. Foi bancário durante muito tempo, onde obteve experiência para desenvolver suas próprias atividades. Orlando trabalhou no HSBC, Brasdesco e chegou a gerenciar o Banco Ellbogen Sky Brasil. Teve uma rápida passagem pela gerência administrativa da Gazin, vindo a se aposentar por direito, mas não do trabalho. É incansável e está sempre presente nas atividades de interesse comunitário e social. Agora, está no ramo imobiliário e assumiu a presidência da ACIU-Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Umuarama.
Tribuna- Como se deu o início da carreira empresarial?
R – Quando eu saí da Gazin, já aposentado, assim como todo empregado, eu carregava o sonho de ter uma atividade empresarial própria; e esse sonho eu realizei constituindo a Imobiliária Liderança. E porque esse trabalho? Porquê você está junto da comunidade empresarial, participando, conversando sobre vários assuntos…então de alguma forma você está inserido nesse contexto. O segmento imobiliário te proporciona isso. Você fala com várias camadas da sociedade e dia a dia você se infiltra nela.
Tribuna- Qual o seu Pensamento sobre a atividade empresarial e função social das empresas?
R- É um desafio muito grande. Esse sonho de ser empresário tem quer ser muito mensurado, porque muitas vezes você sonha, e, aquilo que sonha… a realidade é diferente. Você tem que investir, doar o seu tempo, tem que estar participando de outras funções para que as coisas realmente aconteçam. A atividade empresarial realmente é um desafio, diariamente!
Tribuna- Sua Inserção na Aciu, como aconteceu?
R- Eu tenho uma amizade com o ex-presidente Celso Zolim e ele me convidou, na época para compor uma nova chapa. Ele estava tentando a reeleição e tinha que fazer umas alterações. Então ele me convidou para compor a chapa como tesoureiro, eu aceitei o desafio e ele foi reeleito. E eu assumi a tesouraria da Associação Comercial no último mandado do presidente Celso Zolim.
E nesse ultimo mandato dele, ele havia solicitado a diretoria executiva para que apresentasse um nome para a sucessão dele. E então meu nome foi escolhido. Eu, mesmo relutando por vários motivos, fui convencido pelos colegas para estar participando desse desafio. Eu aceitei e foi chapa única, onde tivemos 248 empresários, mesmo sendo chapa única, comparecendo aqui no auditório para fazer a sua opção. Felizmente deu tudo certo e assumimos a Associação Comercial.
A diretoria executiva é muito participante, tem nos ajudado muito, e procuramos sempre envolver toda nossa diretoria executiva, o Conjove, Conselho da Mulher Empresária de Umuarama, que fazem parte da executiva da ACIU. E por isso que em todo trabalho que temos feito, surgem ideias e levamos a apreciação dessas pessoas e grupos. Temos feito o melhor possível e errando menos possível.
Tribuna- A classe dos empresários é unida ? Essa união dá resultado?
R- Eu não diria que são unidos. Nós temos ainda uma certa dificuldade no relacionamento em relação à concorrência. A concorrência, nos últimos anos, passou de inimigo empresarial para uma alternativa empresarial. Porque a concorrência nos faz crescer e isso porque temos que tomar cuidado com o nosso concorrente, que é um balizador do nosso negócio…. não estamos ainda familiarizados com isso. O que está faltando? Nós da associação comercial estamos tentando bater forte [no bom sentido] no educar, dar exemplos, chamar o empresariado para reuniões, para palestras…. é a única maneira de estar colocando na cabeça dele que as coisas mudaram e que nós temos que trabalhar no estilo cooperativista.
Todos ganham no cooperativismo, o sol nasce para todos, um pouco mais para um e um pouco menos para outro.
Tribuna- Visão do empresário em relação ao poder público?
R- Nos dias de hoje as coisas estão mudando… nossa cidade tem um porte grande, nós temos ainda o acesso a toda nossa administração tanto municipal quanto federal/estadual e ministério público. Estamos procurando fazer uma associação dessas entidades e setores para que o pensamento seja em prol da nossa cidade, que é um polo regional.
Então o que procuramos fazer? Estar juntos, os três poderes, mais o ministério público, porque daí você tem o respaldo diante alguma ação que você esteja planejando para o bem da nossa cidade e nossa região.
Tribuna- Quais serviços que a Aciu oferece que são vantajosos para os empresários?
R- Muitas vezes o empresário não tem conhecimento do que é a Associação Comercial. A ACIU não é só aquela entidade que as pessoas vem aqui para saber sobre restrições, realizar suas vendas. A Associação Comercial é muito mais do que isso.
Primeira preocupação nossa: Deixe a Associação Comercial ajudar o seu negócio. E qual a forma para isso? Palestras, treinamentos, workshops….. enfim, envolvendo todo um grupo seleto de palestrantes, assuntos atuais, necessários para a sobrevivência da empresa; e mostrar que a situação econômica e política brasileira está mudando muito rápido. E se nós não estivermos atento a isso, o rolo compressor passará sobre o nosso negócio. Nossa preocupação é atualizar o nosso empresário, passar as novidades para eles.
Tribuna- Você diria que o nosso empresário não chegou no nível de empresários de cidades como Maringá, Cascavel, Curitiba?
R- Eu não diria que não chegou no nível, diria que nós estamos buscando tudo aquilo de bom e que dá resultados em cidades maiores e até no mercado internacional. É lógico, que num centro maior, as novidades chegam mais rápido. Mas nós vamos buscar para trazer pra cá, porque também somos um centro de referência.
Tribuna- O que falta no setor empresarial para fortalecer ainda mais?
R- O que está faltando é esse estilo cooperativista. Nós estamos tentando fazer isso, e já temos alguns resultados, como por exemplo, a criação de setores como o Conjove, onde atuam os Jovens Empresários. Se nós trabalharmos no estilo cooperativista, estaremos prosperando todo o nosso segmento comercial. É isso que estamos fazendo: buscando
bons exemplos para trazer para cá. Porque Maringá tem um diferencial? Porque trabalha-se num estilo cooperativista.
Tribuna- Sua visão atual sobre o momento econômico?
R- A economia do Brasil tem uma influencia muito grande no setor produtivo brasileiro e infelizmente os interesses são maiores que as responsabilidades. Você vê situações isoladas, vê grupos de parlamentares direcionando para um favorecimento e esquecendo que a sobrevivência de tudo isso é a classe produtora e essa classe produtora
infelizmente não está sendo reconhecida.
Estamos sempre cobrando das pessoas que nos representam em esfera estadual e federal algo que venha trazer benefício e que venha trazer incentivo ao nosso empresário. Na verdade hoje, o empresário é cobrado só para fiscalização, cadê o apoio financeiro?
Por exemplo…. para uma empresa ter acesso ao mercado financeiro é uma burocracia muito grande. Mas tem certos grupos que se abastecem financeiramente de valores altíssimos e já é sabido que tá pegando aquele empréstimo e não vai pagar. Então temos que incentivar a classe produtora, ela que é a salvação do nosso Pais.
Tribuna- Os jornais de Umuarama divulgaram uma melhora nos índices da construção civil. O que isso representa para o segmento comercial?
R- Nós estamos atravessando uma fase financeira delicada e Umuarama tem esse diferencial. Nós, muitas vezes, estamos na contra-mão da situação. Em momentos difíceis Umuarama está prosperando. Nós temos a segurança desse setor produtivo pois emprega muitas pessoas, consome muita matéria prima e faz com que nossa cidadesempre esteja procurando novas edificações, novos loteamentos para dar um conforto para a população .
O que está acontecendo em Umuarama é isso, muitas pessoas estão deixando de pagar aluguel para pagar uma parcela de um imóvel que amanha será de sua propriedade.
Tribuna- Expectativa para o Natal?
R- Estamos muito esperançosos, nós da diretoria executiva em comum acordo, nomeamos uma diretoria para cuidar do Natal. Isso aconteceu há quatro meses atrás. Estivemos com o nosso prefeito Celso Pozzobom, secretário Douglas Bácaro e com a senhora Vera Borges, do Centro Cultural, com toda essa parte da programação… estamos fazendo um trabalho em conjunto. Só que vai ser um natal diferente. A prefeitura está fazendo a programação, estamos mesclando o que o municipio está fazendo e o que nós da Aciu faremos, para que saia em conjunto numa forma cooperativista, porque daí tenho certeza que o resultado será satisfatório.
Eu penso que pelas cidades que esse projeto foi apresentado, estilo Gramado, Goiânia, Rio de Janeiro, foi um sucesso. Por isso que nós trouxemos para Umuarama. Porque na atualidade, não podemos fazer uma campanha sorteando carros, não existe mais, inclusive até poder financeiro para isso. Temos que fazer dentro da nossa realidade.
Essa programação veio fazer um chamamento muito diferente , não só para Umuarama, como toda região .