“Direitos e desafios da inclusão da pessoa com deficiência” foi o tema escolhido para os debates no seminário promovido pelo CMDPD (Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência) no auditório do Senac em Umuarama, nesta terça-feira (24).
O presidente da Aciu, Miguel Fuentes Romero Neto, empresário em Umuarama e que emprega mais de 500 colaboradores esteve entre os convidados do evento e apresentou a palestra “Pessoa com deficiência e a geração de renda”. Ele destacou que o fortalecimento da economia dependente da renda da população e que é importante assegurar boas condições de emprego e garantir a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho.
“Prefiro não tratar as pessoas como deficientes, mas com certas limitações. O mercado de trabalho é muito amplo, o mundo empresarial está muito antenado a esse assunto e as empresas têm adaptado seus ambientes para receber todos dentro de suas necessidades. A nossa grande dificuldade ainda é a falta de mão de obra. A minha empresa, por exemplo, tem duas vagas abertas”, afirma.
As exigências da própria legislação brasileira, na opinião do presidente da Aciu, também dificultam o processo de contratação e, além disso, muitas pessoas com algum tipo de deficiência optam por receber benefício em vez de um emprego formal. “O nosso sistema infelizmente só permite a manutenção do benefício em alguns casos. No entanto, vejo que se um jovem se mantém no mercado de trabalho, ele vai se desenvolver e isso é algo que traz muito mais valor”, ressalta Fuentes.
Empresas com mais de 100 pessoas precisam ter de 2 a 5% do quadro de funcionários preenchido por pessoas com deficiência, mas segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego, apenas 53% das vagas reservadas estão ocupadas. “Isso ressalta a necessidade de ampliar o debate sobre esse assunto tão atual para que políticas ampliem as oportunidades e a inclusão”, avalia o presidente da Aciu.
O seminário reforçou o debate sobre BPC (Benefício da Prestação Continuada) e o auxílio inclusão e também abordou outros temas como o papel da Defensoria Pública na luta pelos direitos da PcD, acessibilidade e mobilidade urbana no município, autismo, entre outros. Os participantes puderam interagir com os palestrantes e apresentar as principais reivindicações.