Com o objetivo de promover o acesso de alunos especiais no mercado de trabalho, uma equipe da Apae (Escola Nice Braga) visitou a Aciu na manhã desta terça-feira (11). Coordenado pela professora Maria Franchini Valério, o projeto “Educação Profissional e o Mundo do Trabalho para Deficientes Intelectuais” foi recebido com muita empolgação pelo presidente da entidade, Orlando Luiz Santos, que ficou impressionado com a determinação e o preparo dos 16 alunos visitantes.
A pedagoga explicou que ainda existe muito preconceito em torno das pessoas com deficiência. “Muita gente acha que por estudarem na Apae os alunos são incapacitados, mas isso é um grande equívoco. Nós temos alunos que seguramente são tão capazes que qualquer outro jovem da mesma idade. Eles são concentrados, dedicados, focados nas atividades que oferecemos na escola, que são muitas e variadas”, conta.
O objetivo principal do projeto é despertar o interesse dos empresários de Umuarama para a contratação dos alunos da Apae, oferecendo a possibilidade de ampliar os horizontes desses jovens, a maioria deles antenados e entusiasmados para conseguir um estágio em alguma empresa. “Precisamos promover essa inclusão e ir quebrando essas barreiras que estão aí. Quem conhece esses alunos fica realmente encantado com o brilho nos olhos que eles têm, com a vontade de fazer alguma coisa a mais”, afirma.
OPORTUNIDADES
A chamada Lei das Cotas (Lei 8.213/1991) prevê que empresas com 100 funcionários ou mais, destine de 2% a 5% das vagas para pessoas com algum tipo de deficiência. “Nós vamos lutar com afinco para conseguirmos pelo menos um estágio para cada um desses 16 jovens que estão aqui hoje. Temos fé em Deus que iremos conseguir colocá-los no mercado de trabalho. A Aciu vai entrar nessa luta com muita determinação, com um carinho especial, porque estes jovens merecem ter seu espaço de atuação ampliado”, comentou o presidente da entidade.
Os alunos podem ser contratados via CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola), em forma de estágio remunerado, ou seja, a empresa que contratar um desses jovens paga somente a folha de salários, sem acréscimo de impostos incidentes como INSS ou FGTS. “O estágio deve ser de quatro horas diárias, pois nas outras quatro horas eles vão estudar normalmente e receber todo o acompanhamento necessário para continuarmos trabalhando no desenvolvimento individual do aluno”, detalha a psicóloga Alba Valéria de Pauli, que também faz parte do projeto juntamente com a assistente social Elidiamara Nunes Simões.
Os interessados devem procurar a Apae de Umuarama, que elabora o perfil vocacional dos candidatos, com atenção às vontades e potencialidades da pessoa dentro de um universo específico de trabalho. O desenvolvimento desses profissionais é acompanhado pela equipe do projeto, que vai esclarecer possíveis dúvidas. “A contratação por meio do projeto tem três fases: análise do perfil, desenvolvimento no ambiente de trabalho e acompanhamento após a contratação. Este é o momento de darmos oportunidades para nossos jovens”, finaliza a professora Maria Franchini Valério.
SERVIÇO – Projeto Educação Profissional e o Mundo do Trabalho para Deficientes Intelectuais – Inclusão de alunos da Apae no mercado de trabalho – Contato: (44) 3622-5035.