Em uma cerimônia que destacou a força do cooperativismo, o Sicoob Arenito (Cooperativa de Crédito de Livre Admissão da Região de Umuarama) abriu as portas de sua sede própria na noite da última sexta-feira (23), depois de nove anos de existência na cidade. O presidente da Aciu e vice-presidente da cooperativa de crédito, José Celso Zolim, participou do evento, onde falou sobre a necessidade de todos lutarem juntos pelo desenvolvimento e fortalecimento da economia local.
Zolim afirmou que os cidadãos da região Noroeste do Paraná deveriam seguir os bons exemplos dos europeus. “Lá, todos se unem para o bem comum, enquanto aqui as pessoas geralmente são individualistas, não têm a visão do associativismo, do bem que traz o cooperativismo”, argumentou. Ele também falou sobre a criação de um Fundo de Investimentos que está sendo planejado na Aciu. “Temos certeza de que com a adesão de todos, vamos ter condições de revolucionar a economia em nossa cidade e até da nossa região”, garantiu.
O presidente do Sicoob Arenito, Waldir Campana, falou que é hora de esquecermos o passado e olharmos firmemente para um futuro melhor para a Região Metropolitana de Umuarama. “Não vamos mais perder tempo procurando culpados por não sermos uma região que aposta no cooperativismo, mas sim investir em projetos que já são sucesso – como o Sicoob – e criamos novos caminhos para que o associativismo seja real em nossa região”, disse.
Propagar a ideia e o ideal do cooperativismo também foi a temática do discurso do deputado federal Osmar Serraglio (PMDB), vice-presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo e vice-líder do governo na Câmara. Ele comunicou a necessidade de aprovação do Projeto de Lei Complementar nº 271, de 2005, que regulamenta dispositivo constitucional, atribuindo tratamento tributário diferenciado para o ato cooperativo. “Se aprovada, a proposição permitirá o reconhecimento das cooperativas como entidades de apoio aos seus associados, diferenciando-as de outros tipos de organizações societárias e estabelecendo incentivos concretos ao fortalecimento do cooperativismo”, esclareceu.
O deputado estadual Fernando Scanavaca (PDT) também elogiou todos os empresários e investidores que acreditaram no Sicoob Arenito. “Um sonho realizado: é assim que eu vejo o nosso Sicoob, porque ele nasceu bem em uma época em que as pessoas tinham trauma de cooperativismo, mas com a determinação de uma equipe de empresários sérios e responsáveis, o Sicoob Arenito é hoje uma referência não só no Paraná como também para o Brasil”, comentou.
Já o prefeito de Umuarama, Moacir Silva (PDT), falou sobre Umuarama figurar entre as principais cidades do País. “Ser a 16ª cidade do Brasil em potencial de consumo significa muito, pois confirma que nossa luta para que Umuarama melhore em todos os sentidos está valendo a pena. Além disso ainda somos a 7ª cidade do Paraná em IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) e a 4ª do Estado na geração de empregos. Esses números são incontestáveis falam por si, demonstrando que estamos em pleno desenvolvimento e, assim como Sicoob Arenito, vamos nos firmando como referência”, observou.
Um pouco de história
Nos anos 1990, muitos empresários, políticos e população em geral estavam completamente desacreditados do associativismo ou cooperativismo, pelo fato de muitas pessoas terem sofrido grandes prejuízos com diversas tentativas de criação de empreendimentos associativos que foram por água abaixo. Umuarama chegou a conhecer várias iniciativas que todos acreditavam ser bem sucedidas nessa área, que eram chamadas de ‘empresas de participações’, caso da Averama, abatedouro de aves com 72 associados. A empresa existe até hoje – é uma das maiores da cidade – mas não evoluiu como cooperativa porque alguns associados queriam utilizá-la para empregar parentes e amigos, lembra Carlos Alberto Pimentel Gonçalves, presidente da Aciu à época em que começou-se a pensar no Sicoob.
Foi Conceição Müller de Lima, presidente do Conselho da Mulher da Aciu, que falou a Pimentel sobre o Sicoob Metropolitano de Maringá, que havia conhecido em uma reunião e se encantado com a proposta de associativismo que dava certo por lá. “Eu disse: ‘Se dá tão certo por lá, por que não vai dar certo aqui?’ e o Pimentel foi conhecer o projeto de perto. O resultado todos podem ver: uma instituição forte e referência”, lembra Conceição.
Passados os percalços comuns à abertura de uma empresa no Brasil – ainda mais uma cooperativa de crédito, que necessita da autorização do Banco Central –, o Sicoob abriu suas portas com o depósito inicial de 23 cooperados, que investiram R$ 10 mil cada um. E em 1994 a instituição começou a fazer parte da realidade da cidade.
A luta para que o Sicoob fosse uma instituição com credibilidade valeu muito a pena, pois os números falam por si: o salto de 23 para 3.335 associados em menos de 20 anos – um aumento de quase 14.500%. E de um patrimônio inicial de R$ 230 mil, um salto para R$ 35 milhões (15.200%)!
QUADRO
O SICOOB EM NÚMEROS |
|||
|
2011 |
2013* |
Crescimento |
Recursos administrados |
R$ 19,2 milhões |
R$ 31,5 milhões |
64,0% |
Operações de Crédito |
R$ 15,8 milhões |
R$ 26,5 milhões |
67,7% |
Ativo Total |
R$ 20,4 milhões |
R$ 35,0 milhões |
71,6% |
Associados |
2.285 |
3.335 |
45,9% |
Fonte: Sicoob - * Dados até junho/2013